Nove indicadores para a qualidade da televisão

06/04/2017 19:02

Em consonância com estudos recentes realizados em diversos países, visando a conferir mais objetividade à avaliação de qualidade editorial em conteúdos informativos, o Canal Futura definiu um conjunto de indicadores de qualidade para seu jornalismo, e de métricas para sua aferição. Os indicadores de qualidade serão observados por toda a equipe do Jornalismo do Futura, seja na condução das suas atividades rotineiras de trabalho interno, seja quando atuam como curadores na realização de conteúdos por terceiros, contratados pelo Futura.

Os indicadores aqui apresentados partem dos quatro eixos de qualidade que devem ser observados pelo Canal Futura para todas as suas produções: Qualidade Jurídica; Qualidade do Conteúdo; Qualidade Técnica e Qualidade Narrativa, desdobrando-os em três conjuntos que perfazem um total de nove indicadores.

Qualidade Jurídica da obra audiovisual diz respeito à observância de toda a legislação vigente no país, especialmente aquela que regula a produção e distribuição de conteúdos, a titularidade e a autoria, os direitos de imagem e voz.

Qualidade de Conteúdo refere-se à vigilância em defesa da norma culta, dos princípios éticos na abordagem de todos os temas, os cuidados com a correção e a atualidade das informações transmitidas por um canal de televisão educativo.

Qualidade Técnica preza pelos aspectos que envolvem tecnologias da produção audiovisual, visando a garantir um serviço de comunicação de qualidade e dentro dos padrões com os quais a população brasileira está acostumada a se relacionar nos demais serviços de radiodifusão.

Qualidade Narrativa indica a busca incessante por renovação de linguagem, inovação e articulação permanente entre conteúdo e forma, aqui considerados como componentes indissociáveis do produto audiovisual.

Tendo por fundamento os quatro tópicos apresentados, foram estabelecidos os seguintes grupos e indicadores de qualidade:

Institucionalidade e ética no trabalho

Indicador 1: Transparência e ética na gestão e na definição de pauta, produção e edição da informação. Informações sobre a administração do Jornalismo do Canal Futura, inclusive sua missão e seus objetivos e metas, bem como sobre os procedimentos de escolha de pautas, produção e edição de informação, devem estar sempre disponíveis ampla e claramente para o público interno, para a audiência, para os parceiros mantenedores do Canal Futura e para a sociedade como um todo. As relações do Jornalismo do Canal Futura com seus parceiros de todos os tipos devem ser transparentes quanto, por exemplo, ao uso de material produzido para exibição na emissora (que deve ser regulado por acordos de titularidade) ou à cobertura jornalística a ser feita de eventos promovidos pelos parceiros mantenedores (que deve seguir – como em toda cobertura – as normas éticas e técnicas essenciais do jornalismo).

Metodologia, técnica e tecnologias

Indicador 2: Padrão técnico de qualidade. A boa qualidade técnica da produção do Jornalismo do Futura deve ser uma de suas preocupações essenciais e ele deve implantar mecanismos de controle para assegurar a permanente atualização e manutenção de equipamentos e sistemas, o investimento constante em tecnologia e inovação, a capacitação e o treinamento da equipe.

Indicador 3: Correção informativa. O Jornalismo do Futura não pode cometer erros factuais nem formais e todas as medidas para minimizá-los devem ser implantadas, desde manuais permanentes de redação ou específicos para coberturas especiais, assim como devem ser estabelecidos procedimentos de controle para a apuração, contagem e identificação de responsabilidade por erros eventualmente cometidos. O Jornalismo do Canal Futura preza a norma culta da Língua Portuguesa, sendo um dos agentes sociais de sua disseminação, mas valoriza a diversidade de expressões da língua em suas diferentes regionalidades.

Indicador 4: Interação e relacionamento com o público. Por meio dos mecanismos já existentes no Canal Futura e outros que possa vir a criar, o Jornalismo deve ampliar ao máximo sua interação e relacionamento com a audiência, não apenas na recepção de seu conteúdo, mas principalmente na sua produção e nos desdobramentos práticos na vida real que possam advir de seu conteúdo.

Indicador 5: Grau de satisfação da audiência. O Jornalismo do Futura deve, em consonância com a missão da emissora, não apenas medir a quantidade de sua audiência, mas principalmente aferir, por meios eficazes, o vínculo afetivo dela com ele, o grau de aprendizado conquistado pelos programas e o grau de fidelidade existente entre eles.

Conteúdo, linguagem e narrativas

Indicador 6: Imparcialidade e independência. Embora o Jornalismo do Futura possa e até deva ter posições claras sobre as grandes questões sociais do país, alinhadas com o sentido da emissora já delineado acima, ele não pode tomar partido em questões específicas e deve sempre oferecer à sua audiência o maior número possível de opiniões divergentes e mesmo antagônicas em relação a esses assuntos, para permitir que cada pessoa no público chegue à sua própria conclusão sobre eles. O Jornalismo do Canal Futura deve operar com autonomia em relação a governos, empresas, organizações não governamentais e quaisquer outros atores sociais, com os quais opera, mas dos quais não pode depender exclusivamente no exercício de sua função profissional.

Indicador 7: Abrangência Geográfica. O Jornalismo do Canal Futura deve procurar sempre a máxima abrangência geográfica em suas coberturas e na disponibilidade de sua programação, evitando o privilégio dos eixos tradicionais de concentração econômica, política e cultural do país.

Indicador 8: Diversidade. Tanto nas suas políticas e práticas internas quanto na elaboração de sua programação, o Jornalismo do Futura deve respeitar ao máximo a diversidade em todos os seus aspectos com a inclusão do maior número possível de vozes, preferências estéticas, pontos de vista, faixas etárias, identidades étnicas, religiosas e de orientação sexual.

Indicador 9: Liberdade, criatividade e pluralidade de expressões. A inovação estética na linguagem jornalística deve ser uma das prioridades do Jornalismo do Futura e, para isso, todas as medidas possíveis devem ser implantadas para estimular a experimentação e, ao mesmo tempo, manter permanente sistema de avaliação sobre sua qualidade e eficácia.

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